Do que ouvi e ainda guardo
no sacrário monumenta,
lembro a ironia do anjo mau
a dizer verborreia em calhau,
a pregar o conto do vigário,
a lavar o pecado em água benta.
Do que ouvi, tudo cabe no diário
de Repúblico lacrau a morder
o tendão do velho Aquiles - calcanhar
deputado em novo prontuário,
oposto programado em maldizer,
situado a servir a oposição!
Do que ouço em tevê fica escrito:
parlamento em versos de vento,
a pobreza da triste figura.
Podem vir, ao mês, ao dia, mais Natais,
que a mudança não mudará os sinais
do que é dito em Parlamento.
Parlamentos? A ninguém fica o direito
de trocar eleições - democracia
por moeda em quilate pantomina,
vergonhas, traições ... tudo a eito!
A rimar a nudez de um País em fantasia
deputada pela nação - representante,
sé é eleita, nas promessas da mentira,
é desgraça do Povo expectante,
e o Natal para o Povo assim se adia!