As minhas raízes que brotam das pedras que me viram crescer
Sábado, 10 de Junho de 2006
A VIDA CONTINUA

A vida continua

quando o fim sempre volta a menino.

A morte só tem dia

quando o berço armado não é pra ser.

 

A vida vai sendo

quando a rosa dá cor ao meu destino.

A morte morta só o é

quando a vida se esquece de viver.

 

A vida em vida é sempre mais

quando o homem sabe o que é morrer.

A morte conta sempre menos

quando o homem sente e ama a vida.

 

A vida não acaba

quando o homem sabe o que é sonhar.

A morte nunca vem

quando o homem se fixa no Além.

 

A vida é uma soma

quando o homem se põe nas suas mãos.

A morte é subtracção

quando o homem não conhece os irmãos.

 

A vida é o princípio

quando o homem é ele até ao fim.

A morte nem é fim

quando o homem na vida adormece.

A vida continua no coval

quando o Homem o transborda de certezas.

A morte fede pelas frestas do caixão

quando os vermes devoram os nadas.

 

A via é o poema que se compõe

de alegrias, tristezas, sonhos, ilusões.

A morte morreu quando engoliu

o poema e os compassos da harmonia.

 

A vida é eterna mocidade

quando as mãos fazem hoje a Primavera.

A morte vem noutro tempo

que se conta num relógio de corda partida.

 

A vida é um poema de Natal

quando em cada estrela brilha um sonho.

A morte é o escuro no fundo da cova

se, a esperar, não há ontem nem amanhã.

 



publicado por alecrimdaserra às 01:09
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