Embora em boa hora o dia seja
quando o Homem acende a aurora
e o tempo velho se fecha na igreja,
desafio a deus por Zeus, por Alá
que me nasça cada tempo num sinal
do coração que seja o do Natal.
num estágio dos ismos – dia, hora, ...
apenas o destino de quem comigo chora,
o tempo novo em velho e em igreja
põe-nos fora do jogo em que a mentira
quer nascer cada tempo, ser sinal
sem matriz, sem vislumbres de Natal.
Embora, em boa hora, a manhã seja
claridade só no sonho da aurora,
abra-se em prefácio, (noves fora
eu e quem, adiado, não esteja
com as mãos a fazer já o mundo melhor)
o tempo novo. Não se diga que esse sinal
é matriz velha se o coração é o Natal!