Fazer Natal é fazer amor a dois,
Amor em Verbo, mas depois
de conjugado no tempo certo!
Alma quente e lareira em refractário,
é chispa que acende em pederneira,
as estrelas em forma e brilho de pão.
Mas é pobre contraste na razão,
de um falo e de um dedo traçados,
um cheque gordo para pagar
os Natais adiados.
Fazer Natal é fazer amor a dois,
Amor em Verbo, mas depois
de se estar no tempo conjugado!
Um gueto na fartura das crianças
com fome,
cinco estrelas de céu por cama,
rua estreita acordada e sem sono,
um auto em top e um doente
sem hospital,
a cocaína da morte lenta
na seringa da execução,
a noite nos olhos e o crime
na estrada!
Fazer Natal é fazer amor a dois,
amor em Verbo nunca depois!