Beija na boca, beija mais e mais
a pobre apaixonada em mulher.
Nua para a entrega diz-se em “ais”
inda aquém do orgasmo - bem-me-quer.
Por amor, beija a boca apaixonada,
toda em fogo de homem que desejas,
a raiz do amor é refrescada
com os beijos em rubro de cerejas.
Se a paixão cria ondas como o mar,
a nortada faz ondas com espuma;
se, na boca, os beijos vão queimar,
o amor põe na praia a fresca bruma.
Maré baixa, não põe no ventre o fogo!
Maré alta, ... se a boca der Amor.
Beijos de ontem? De hoje? Os de um jogo
no ferrão da abelha que ama a flor.
Beija a boca por dentro da paixão!
Faz amor, como o tempo e a semente!
Faz o mundo no fogo da explosão
que, na vida, é a vida que se sente!
Beija forte, no calor da convicção,
o que amas e crês - a tua vida.
Ser na boca ou na face apetecida, ...
é Natal que te sai do coração!
Coimbra, 20/21.11.02