Quando olho, não vejo esse Natal
que na paz faz a guerra pelo bem.
Pela paz, o Menino de Belém
deu ao Homem a espada contra o mal.
Quando olho, não sei se, afinal,
sou a espada em guerra por alguém
ou, na paz, não me penso em Belém,
e assim fico mais burro que o curral.
Meu Menino, se és Deus, põe do avesso
minhas mãos, dá-lhe a graça da abertura
pra que brandam, como arma de arremesso
todo o bem pela paz que se procura,
uma obra que eu faça pelo preço
de um Natal para todos por ventura!